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CARLITOS TÉVEZ: O JOGADOR DO POVO

Por: João Bosco Neto (@obosquin)

“O melhor jogador do futebol brasileiro é argentino” era o que dizia a propaganda da MasterCard, então patrocinadora da seleção alviceleste, que em uma grande propaganda mostrava como o fenômeno Tévez, considerado o melhor jogador da américa do sul na metade dos anos 2000 foi de um impacto tremendo ao nosso futebol.

A então contratação mais cara da história do futebol nacional, chegou a peso de ouro para comandar o ambicioso projeto da MSI à frente do Corinthians. O Frenesi foi tamanho, chegando junto com outros nomes para espantar a má fase alvinegra que persistia a 2 temporadas, tomou logo a 10 do alvinegro, que pertencia ao ponta Gil. Já comparado aos maiores ídolos do alvinegro antes de estrear, em campo, agia como um deles, brigando por cada bola, vibrando a cada desarme, indo para torcida a cada gol, sendo o jogador popular, um gavião da fiel torcida em campo. Nos clássicos, nunca se escondeu, apesar de alguns tropeços, as atuações contra Palmeiras, vencendo por 3×1, e o famoso 7×1 em cima do Santos no Pacaembu selaram de vez o argentino na galeria de ídolos do parque São Jorge.

Ao final da temporada 2005, foi eleito bola de ouro da Placar (apenas o 4º estrangeiro a receber esse prêmio) e marcou 20 gols no Brasileirão, ficando atrás apenas de Romário e Robgol como artilheiros daquele campeonato, além de ficar a 1 gol de ser o jogador com mais gols marcados em um campeonato Brasileiro, ficando atrás de Luizão, que fez 21 em 1999. Além do sucesso dentro de campo, fora dele, foi igual ou maior. De origem humilde, Tévez se encantou com a simplicidade dos torcedores Corintianos e do próprio clube, assim como o Boca, ser o clube das massas, dos trabalhadores, do povo. O sentimento foi reciproco, por toda sua história, carisma, vontade de vencer, e um amor que foi construído ao longo de sua passagem, o craque caiu nas graças do público. Sua camisa era a mais vendida do Brasil com larga vantagem para as de outros jogadores, lotava Pacaembu e Morumbi, crianças, adultos, pessoas de todas as idades imitavam seu corte de cabelo, aparecia em diversos comerciais, era um sucesso total em todos os níveis, o casamento perfeito, e parecia que seria uma felicidade sem fim, mas só parecia,

Após o enorme sucesso em 2005, a temporada de 2006 era altamente promissora, muitos Corintianos e o próprio Tévez sonhavam com a libertadores, que a época o clube paulista não tinha, e havia sido eliminado na mesma 2 vezes para o maior rival, Palmeiras, anos antes, mas, o sonho virou pesadelo logo cedo, uma eliminação precoce para o River logo nas oitavas destruiu a campanha da equipe na maior competição do ano. Após brigas com a torcida, invasão de campo, carro queimado, gol com pedido de silêncio contra o Fortaleza, e uma excelente experiência na copa de 2006, Tévez decidiu rumar para a Europa, e fechou com o tradicional West Ham, de Londres, no último dia da janela 06/07.

Tévez atuando com a braçadeira de capitão do timão.

Vendido ao West Ham por 14 milhões de euros, o craque teve um começo bastante discreto nos hammers, com um futebol sofrível, o clube londrino amargava as últimas posições na tabela, a então estrela do time passará um turno inteiro sem marcar, indo inclusive para o banco de reservas da equipe, e aliado a tudo isso, viu seu compatriota Mascherano rumar ao Liverpool ainda na janela de janeiro. Tudo parecia perdido, o rebaixamento era iminente, faltando 9 rodadas para o fim da Premier League, o clube estava a 10 pontos do 1º time fora da zona, a queda já estava sendo virtualmente aceita, até que nesses 9 jogos restantes, Tévez desencanta, marca 6 gols nestas partidas, o último deles o da vitória sobre o United, que livrou o time da 2ª divisão, e de fracasso, se tornou herói e salvador.

Contratado pelo clube que vitimou na temporada anterior, Tévez se uniu aos Red Devils com intuito de formar um super quarteto de frente, ao lado de Rooney, Giggs, e um Cristiano Ronaldo jovem e em ascensão.  Em sua 1ª temporada marcou 19 vezes, foi campeão da Champions League, e do campeonato inglês. Na 2ª temporada, foi colocado no banco em detrimento a Dimitar Berbatov, centroavante búlgaro que havia chegado do Totenham. Apesar de ter sido banco boa parte da temporada, Carlos arrastou outra Premier league, uma copa da liga, supercopa da Inglaterra, mundial de clubes, além de ter sido novamente finalista da Champions, mas dessa vez sendo derrotado por 2×0 pelo Barcelona de Messi, Guardiola e cia. Está que foi sua última partida pelo lado vermelho de Manchester.

Dispensado do United, se juntou ao rival local, Manchester City por 30 milhões de euros. Nos Citzens, chegou inicialmente para ajudar a maior estrela do time até então, o brasileiro Robinho, mas acabou ofuscando o antigo rival nas épocas de Corinthians e Boca. Enquanto o ex menino da vila era chamado de preguiçoso por desaparecer em jogos importantes, Tévez era valorizado por seus números, e por suaa notória garra e raça em campo, marcando 22 gols em 30 jogos, e protagonizando jogos históricos contra o rival de cidade.

Mas, o que parecia o início de um casamento perfeito, novamente acabou em decepção. Problemas pessoais, intrigas com o treinador, força saída, competição por posição, foram esses os motivos que quase mandaram Tévez de volta ao Corinthians, a uma quase passagem pelo Milan, e a uma passagem muito boa, que fez a alegria de uma velha senhora.

Apresentado para a temporada 13-14, e utilizando a 10 que pertencera ao lendário Alessandro Del Piero, Tévez era tido como o reforço de peso da equipe bianconera. Chegou mostrando muito potencial, foi o artilheiro do time na temporada, marcando 19 gols em série A, na qual foi campeão, além de também vencer a supercopa italiana.  No ano seguinte, se sagrara campeão italiano novamente, balançando as redes 20 vezes desta vez, voltara a marcar em Champions após 5 anos, batendo a final, e perdendo para o Barcelona do MSN, Terminara a temporada com 29 gols totais, e mais um título de copa italiana.

Em mais um ato de “jogador do povo”, Tévez larga sua carreira europeia no auge, para retornar ao Boca Jrs, seu time do coração. Pela Juventus foram 50 gols e 4 títulos conquistados.

Apresentação de Tévez na velha senhora.

Por seu país natal, sempre foi destaque nas categorias de base de sua seleção, foi para a Copa América de 2004 como uma promessa, e ficou marcado pelas firulas que foram sucedidas pelo gol de empate de Adriano na final. Foi o grande nome da seleção na conquista do ouro olímpico de 2004, esteve no elenco vice-campeão da copa das confederações de 2005, e do elenco que chegou até as quartas de finais na copa de 2006, caindo para a anfitriã Alemanha. Muito requisitado pela torcida durante aquele mundial, passou toda a copa no banco, entrando esporadicamente, mas marcando um dos gols mais bonitos daquela edição, e sendo poupado de críticas por sua baixa minutagem.

Após abdicar de férias para jogar a copa américa de 2007, o status de jogador do povo só aumentou, e era tido como o jogador mais querido entre os argentinos, mais até que o jovem promissor e em ascensão Lionel Messi. Pena que toda essa idolatria não serviu de muita coisa, e albiceleste novamente era vice para a canarinho, dessa vez levando um vareio, 3×0 em plena final.

Foi titular na copa de 2010, marcando 2 gols na vitória de 3×1 sobre o México nas oitavas de final, porém, caíram novamente para a Alemanha nas quartas, dessa vez sendo goleados por 4×0.

Em 2011, foi convocado para a copa américa da Argentina, onde foi ovacionado e anunciado em todo o torneio como o “jogador do povo”. Infelizmente perdeu o único pênalti da disputa contra o Uruguai, ainda nas quartas de final.

Foi cortado da copa de 2014, causando revolta popular, e posteriormente ocasionando o sentimento de e se ele estivesse a final poderia ter sido diferente?

Jogaria ainda a copa américa de 2015, a sua derradeira da seleção, novamente com mais um vice.

Apesar de nunca ter conquistado um título de categoria principal por seu país, sempre será lembrado como o jogador mais popular entre os argentinos em seus anos de seleção.

Tévez comemorando gol pela Argentina.

Ídolo de 2 dos clubes mais populares da américa, jogou entre os mais populares na Europa, altamente reconhecido e querido por sua seleção, dono de 221 gols, 124 assistências, dono de mais de 20 títulos, mais de 15 conquistas individuais, inspiração para milhões de jovens, e um extremo contato com o torcedor, com o povo. Tévez pode, deve, e merece, ser reconhecido eternamente como o jogador do povo.

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